O programa Profissão Repórter desta terça-feira (18) trouxe uma reportagem sobre o crescente uso de medicamentos para disfunção erétil entre jovens. Em bares de São Paulo, a equipe conversou com homens na faixa dos 20 anos que costumam carregar comprimidos desses medicamentos na carteira.
“Nunca se sabe quando vai precisar, é bom estar prevenido. Às vezes, tem situações difíceis. Eu sinto o coração acelerado quando tomo, mas já virou algo comum entre os amigos”, relatou um jovem de 23 anos.
Outro entrevistado, de 25 anos, afirmou que costuma misturar o medicamento com bebida alcoólica: “Um gole de uísque e pronto, a diversão está garantida”.
Médicos alertam para os riscos do uso indiscriminado desses medicamentos, especialmente por pessoas que não apresentam disfunção erétil diagnosticada. “Para indivíduos de qualquer idade, sem indicação médica, o uso dessas substâncias é contraindicado”, destacou um especialista entrevistado pelo programa.
Crescimento na venda de medicamentos para disfunção erétil
Medicamentos que contêm tadalafila estão entre os mais vendidos do país, com mais de 43 milhões de unidades comercializadas em 2023. Como esses produtos podem ser adquiridos sem receita médica, o consumo tem se expandido para usos alternativos, como o aprimoramento do desempenho físico em academias.
“Muitos perguntam sobre o medicamento, tanto homens quanto mulheres. A maioria busca para melhora da ereção, mas há quem utilize na academia por causa do efeito vasodilatador”, comentou um farmacêutico.
Um frequentador de academia revelou que faz uso diário da substância para potencializar o desempenho: “Uso 5 mg por dia. Às vezes, dou uma pausa de um ou dois meses e depois volto. O rendimento nos treinos melhora muito”.
Uso da tadalafila para exercícios
A reportagem também abordou casos de prescrição de tadalafila para atividades físicas. “Prescrevo tanto para homens quanto para mulheres. O medicamento relaxa os músculos lisos e promove vasodilatação, mas só deve ser utilizado sob orientação médica”, afirmou um especialista.
No entanto, o Conselho Regional de Medicina alerta para a falta de embasamento científico para essa prática e ressalta que médicos que prescrevem a substância exclusivamente para esse fim podem enfrentar sanções éticas.
Alerta sobre os riscos do uso indiscriminado da tadalafila
O Dr. Flavio Machado reforça que o consumo de tadalafila sem prescrição médica pode trazer sérios riscos à saúde, especialmente quando combinado com bebidas alcoólicas. “Misturar tadalafila com álcool pode potencializar efeitos colaterais como tontura, quedas de pressão e taquicardia. Além disso, o uso sem necessidade médica pode mascarar problemas subjacentes de saúde que precisam ser avaliados por um especialista”, alerta o médico.
Portanto, é essencial que qualquer tratamento envolvendo esses medicamentos seja feito com acompanhamento profissional, evitando riscos desnecessários à saúde.
