Novos medicamentos para pressão arterial são eficazes na melhora da função erétil? Meta-análise investiga

Um estudo conduzido na Turquia com aproximadamente 80 homens identificou uma possível associação entre níveis reduzidos de autocontrole emocional e comportamental e a ocorrência de ejaculação precoce.”

Homens mais impulsivos — aqueles que agem por impulso, sem planejamento e com dificuldade de controlar seus instintos — são significativamente mais propensos a sofrer de ejaculação precoce extrema, aponta um estudo recente conduzido na Turquia com 80 participantes. A pesquisa traz à tona um fator psicológico frequentemente ignorado na discussão sobre saúde sexual masculina: o papel do autocontrole e da autorregulação emocional no desempenho íntimo.

Quanto mais impulsivo, menos resistência?

O estudo, realizado com homens entre 18 e 45 anos, dividiu os participantes em quatro subgrupos conforme o tempo médio de ejaculação após a penetração:

  • Sem disfunção sexual ou psicológica;
  • Ejaculação precoce extrema (até 15 segundos);
  • Ejaculação precoce severa (15 a 30 segundos);
  • Ejaculação precoce leve (30 a 60 segundos).

Os resultados foram claros: quanto menor o tempo de resistência, maior o índice de impulsividade, especialmente nas áreas classificadas como “urgência” e “comportamento impulsivo” nos testes aplicados.

Segundo os autores do estudo, esse padrão sugere que a dificuldade de adiar a gratificação e o impulso de buscar alívio imediato estão diretamente ligados ao desempenho sexual limitado, especialmente nos casos de ejaculação precoce severa.


O que diz o Dr. Flavio

Para o Dr. Flavio Machado, médico em saúde sexual masculina, os achados da pesquisa são coerentes com o que se observa na prática clínica:

“Existe uma ligação muito clara entre o perfil emocional e comportamental do paciente e sua performance sexual. Homens mais calmos, que conseguem lidar com a ansiedade e planejar suas ações, tendem a ter maior domínio do próprio corpo — inclusive na hora da relação, mas claro a ejaculação precoce vai além do mental, o físico também conta muito!”

Ele ainda destaca que a ejaculação precoce não é apenas um reflexo físico, mas um sintoma multifatorial:

“A ejaculação rápida pode estar relacionada à sensibilidade peniana, sim, mas em muitos casos tem muito mais a ver com questões emocionais mal resolvidas, impulsividade, insegurança, ou até mesmo medo do desempenho. Entender o perfil do paciente é essencial para um tratamento com resultados satisfatórios.”


Quando a mente interfere no corpo

Além da impulsividade, os pesquisadores identificaram altas taxas de ansiedade e depressão entre os homens com ejaculação precoce. Em média, eles pontuaram seis vezes mais em indicadores de depressão e cinco vezes mais em escalas de ansiedade do que os homens sem queixas sexuais.

Essa associação acende um alerta: transtornos emocionais podem agravar — ou até causar — disfunções sexuais. Segundo o Dr. Flavio:

Eles não se sentem ansiosos no dia a dia, mas no ambiente íntimo, a pressão para ‘performar’ desencadeia reações físicas que fogem do controle.”


“Hoje já sabemos que não basta tratar os sintomas com medicamentos. É preciso olhar para o paciente como um todo — corpo, mente, histórico emocional, rotina. A terapia pode transformar a relação que o homem tem com o próprio desejo e com a ideia de desempenho.”


Afinal, o que é ejaculação precoce?

A ejaculação precoce ocorre quando o homem atinge o orgasmo muito mais rapidamente do que gostaria, geralmente antes dos três minutos de penetração. Estima-se que essa condição afete até 1 em cada 3 homens em algum momento da vida, com impactos significativos na autoestima, na vida conjugal e na saúde emocional. Mas ejaculação precoce não é só questão de tempo mas sim a falta de controle em si.

Estudos indicam que o tempo médio considerado “normal” para o orgasmo masculino durante o sexo é de aproximadamente 5 minutos e 30 segundos. No entanto, para homens com ejaculação precoce, esse tempo pode ser drasticamente reduzido para menos de um minuto — muitas vezes, apenas segundos.


Conclusão: impulsividade pode ser inimiga do prazer duradouro

A pesquisa turca reforça uma ideia que, cada vez mais, ganha espaço na medicina sexual: o desempenho sexual não depende apenas do físico, mas também do emocional. Homens com maior capacidade de autocontrole tendem a ter melhor desempenho, mais satisfação e menos sofrimento com a ejaculação precoce.

Se você percebe que perde o controle com frequência na hora H, sente ansiedade, medo de falhar ou atinge o clímax antes do desejado, não ignore. Buscar ajuda especializada pode transformar sua vida sexual — e sua relação com o próprio corpo.

Compartilhe nas redes sociais

Artigos Relacionados

Posts Recentes